

O Verão Azul é um portal
Rick e Morty estão sentados num planeta estranho, rodeados por esculturas alienígenas e criaturas bizarras. O portal gun *, uma arma que abre portais interdimensionais, ainda brilha no chão. Um ecrã holográfico exibe o logótipo do Festival Verão Azul
Rick: Burp. Ok, Morty, estão a organizar um festival de arte e querem começar com uma citação do David Lynch. Tens duas opções:
“As ideias são como peixes. Se queres apanhar peixes pequenos, podes ficar em águas rasas. Mas se queres apanhar os grandes, tens de mergulhar mais fundo.”
OU “Sabes, eu acordo de manhã e penso – hoje vai ser mais um dia estranho.”
Qual é que achas melhor, hã?
Morty: Uhh, Rick, não sei… Qual é que faz mais sentido para um festival?
Rick: Bem, se querem algo profundo e filosófico, tipo “uuuh, olhem para mim, sou um génio incompreendido”, escolhem a primeira. Se querem só dizer “o mundo é um sítio bizarro, há que lidar com isso”, então vão com a segunda. Burp
Morty: Mas, e se for um festival chamado Verão Azul?
Rick: Ahhh, então já está decidido, Morty! Pegam na primeira citação, atiram as pessoas para uma piscina metafórica e veem quem sabe nadar!
Morty: Achas que isso é uma homenagem justa ao David Lynch?
Rick: Morty, claro que sim! O Lynch é tipo um chef cósmico, mistura ingredientes completamente aleatórios e faz um filme que parece uma salada de pesadelos. Se o festival quer capturar essa essência, tem de abraçar o desconhecido, perceber que o medo do absurdo é só um reflexo do medo da realidade.
Morty: E tu achas que isso reflete o mundo de hoje? Tipo, o contexto político e social?
Rick: Burp. Óbvio, Morty! Estamos rodeados de dados, algoritmos, previsões, redes sociais a dizer-nos o que pensar… O mistério está a morrer, Morty! O festival tem de ser tipo um choque elétrico no cérebro das pessoas. Elas têm de perceber que não têm todas as respostas, que o mundo é muito mais estranho do que pensam!
Morty: Mas… e se as pessoas não souberem nadar?
Rick: Então vão ter de aprender, Morty! O desconhecido não é um parque aquático com colete salva-vidas! O Festival tem de ser um sítio onde as pessoas percebem que o medo de se afogarem faz parte da experiência! Talvez afundarem-se seja o primeiro passo para perceberem que conseguem respirar debaixo de água… metaforicamente falando.
Morty: O subtítulo do festival é “Quanto mais olhas, mais vês.”
Rick: Ughhh, Morty, isso soa bem, mas também é um bocado óbvio, não? Tipo, é claro que se olhares mais tempo, vês mais coisas, duh! Mas será que ver é o mesmo que entender? A sociedade hoje parece que olha para tudo e não vê nada! O Festival podia brincar com essa ideia – quanto mais olhas, mais percebes que não fazes ideia do que estás a ver!
Morty: Uhh, Rick, isto já parece um episódio do David Lynch…
Rick: Burp Exatamente, Morty! O Lynch obriga-te a olhar para as sombras, para o que te deixa desconfortável. As pessoas querem respostas fáceis, querem que as coisas façam sentido logo à primeira. Mas a vida não é assim, Morty! E a arte também não devia ser!
Morty: Hmmm, e se falássemos sobre as margens da experiência?
Rick: Ahhh, agora estás a pensar, Morty! Burp O mundo quer que fiquemos no centro, que sigamos as regras, que consumamos a informação direitinha. Mas a verdadeira experiência está nas margens, onde as coisas começam a desfazer-se, onde ninguém tem certezas! O Festival deveria ser um sítio onde as pessoas se sentem um bocado perdidas… Porque, adivinha: A única maneira de encontrarmos algo novo é perder-nos primeiro!
Morty: Mas Rick, e a inteligência artificial? Com a tecnologia como ela está hoje, achas que ainda é possível essa experiência marginal?
Rick: Pfffft, claro que sim! As máquinas querem ser previsíveis, mas a arte tem de ser um glitch no sistema! A IA faz tudo parecer limpinho, eficiente, rápido – mas é nos erros, nos bugs, nos falhanços que as coisas ficam interessantes. Se o Festival quiser trabalhar com IA, devia fazer isso de forma caótica, aceitar a falha, o inesperado! Tipo… e se treinássemos um algoritmo para criar arte e depois o deixássemos enlouquecer?
Morty: Os artistas do festival já estão a fazer isso, Rick! Estão a explorar as falhas, tanto da tecnologia como do ser humano!
Rick: Isso é perfeito, Morty! O Festival não devia só mostrar arte – devia ser também um laboratório de falhas! Vamos encarar a incerteza, mergulhar no desconhecido, e aproveitar a viagem!
Morty: Ugh, Rick – às vezes acho que tudo isto é demasiado para mim…
Rick: Burp Relaxa, Morty! Aproveita o Festival, tenta não pensar demasiado e lembra-te: quanto mais olhas… mais percebes que nunca vais perceber nada completamente!
O PORTAL ABRE, RICK E MORTY DESAPARECEM.