Teatro das Figuras, Faro / Sáb 26 OUT 21h30 DANÇA / 45' / M6 / 5€ - COMPRAR
Durante a experiência do projecto Migrant Bodies, entre 2014 e 2015, o artista desenvolve uma ideia para uma nova prática performativa que é profundamente germinal. A partir da observação dos fluxos migratórios de alguns animais que no final das suas vidas regressam para desovar e morrer no seu território de origem, o artista começou a trabalhar no conceito de viragem. O termo em inglês é traduzido e representado em palco num sentido literal, através da acção do corpo rodar à volta do seu eixo: a acção desenvolve-se numa jornada emocional psico-física, uma dança duracional, da mesma forma que viragem também significa evoluir, mudar.
O projecto TURNING encontra-se dividido em diferentes apresentações e eventos a que o artista chama versões.
CHROMA_don’t be frightened of turning the page é a versão a solo dirigida e interpretada pelo próprio Alessandro Sciarroni, que toma de empréstimo o título e o subtítulo do livro das cores de Derek Jarman e de um álbum de Bright Eyes, a sua banda de rock preferida.
Criação e Interpretação: Alessandro Sciarroni
Desenho de Luz: Rocco Giansante
Dramaturgia: Alessandro Sciarroni, Su-Feh Lee
Música: Paolo Persia
Figurino: Ettore Lombardi
Curadoria, Difusão e Consultoria: Lisa Gilardino
Administração, Produção Executiva: Chiara Fava
Direcção Técnica: Valeria Foti
Técnico de Digressão: Cosimo Maggini
Pesquisa e Comunicação: Damien Modolo
Produção: corpoceleste_C.C.00#. MARCHE TEATRO Teatro di rilevante interesse culturale
Co-Produção: CENTQUATRE-Paris, CCN2 – Centre chorégraphique national de Grenoble, Les Halles de Schaerbeek
Estreou em Paris (F), Le Centquatre a 06/04/2017
Alessandro Sciarroni é um artista italiano activo no campo das Artes Perfomativas, com vários anos de experiência em Artes Visuais e pesquisa de teatro.
Galardoado em 2019 com o Leão de Ouro – Prémio Carreira da Bienal de Dança de Veneza, os seus trabalhos marcam presença em Festivais Contemporâneos de Dança e Teatro, Museus e Galerias de Arte, bem como em espaços pouco convencionais, envolvendo profissionais de diferentes disciplinas.
A sua obra procura revelar, através da repetição – até os limites da resistência física dos performers – as obsessões, os medos e a fragilidade do acto performativo, na procura de uma outra dimensão temporal e de uma relação empática entre espectadores e artistas.
As suas criações foram apresentadas um pouco por toda a Europa, América (Norte e Sul), Médio Oriente e Ásia.
Grupo de Crítica VA9 – Textos
Texto de Tata Regala
“Quantas páginas viramos com a ideia de não volver?”
“Quantas voltas damos descentrados?”
“Quanto da mudança é em si uma constância?”
“Quantos sou eu numa só volta, desses que rodopiam para cardiais opostos?”
“Quantos sou eu, por muito que me revire?”
Estas são uma ínfima parte das perguntas que me assolam a ver este “CHROMA_don’t be frightened of turning the page” de Alessandro Sciarroni.
A honestidade, simplicidade e grandiosidade com que Alessandro se entrega à performance é no mínimo impressionante. A nuance de movimentos discretos, expressões e concentração são elevados ao quase infinito quando multiplicados pelas voltas do dançarino.
Acredito piamente que se lhe surgir a vontade de continuar (e tenho a certeza de que o fará), o próprio mundo virará uma página.
1 de Novembro 2019