© Diogo Jesus

RUSSA

Auditório do Solar da Música Nova
(Ponto Encontro Loulé) / Sáb 19 OUT 23h30

MÚSICA / 30' / M6 / Entrada Livre

Viagem pelas sonoridades do hip-hop mais clássicas e mais modernas. Temas heterogéneos e batidas diversificadas apresentadas a solo pela rapper portuguesa Russa.


Em 2017, Russa iniciou oficialmente o seu percurso artístico com o lançamento do seu primeiro projecto, a Mixtape T.P.C. No entanto, o seu primeiro poema surgiu anos antes, por volta de 2014.

A rapper portuguesa ganhou maior destaque em 2018, quando lançou um dos primeiros álbuns de trap consciente do país, Catarse. Foi então notícia em meios de comunicação nacionais do universo hip-hop (Site Rimas e Batidas, Rap Notícias, Bantumen) e em diversas outras plataformas. A sua música passa também em diversas rádios nacionais e locais.

Vários concertos foram dedicados à apresentação do álbum, destacando-se a presença no Festival F, Super Bock em Stock, Festival Termómetro e Teatro Municipal de Bragança.

Em 2019 Russa lançou já dois projectos: Mixtape L.S.D. e EP Party Leftovers. Este último atingiu grande notoriedade em plataformas como o Spotify ou a Apple Music com alguns dos seus singles. Um deles, O Teu Abraço foi distinguido com o 1.º prémio no concurso Novos Talentos FNAC 2019.

Foi distinguida como Artista Revelação do Prémio Mimo de Música 2019.


Grupo de Crítica VA9 – Textos

Sobre o concerto de Russa
Texto de Martim Santos aka Lágrima
Numa tentativa de não ser suspeito, deixo já bem claro que gosto imenso do rapazola que estava lá pelos fundos a tocar guitarras e a carregar no play, e sobretudo, é uma dimensão que acho crucial aos cantores / rappers procurarem para que possamos sair das ‘darkages’ e trazer um rap mais vivo aos palcos que este merece.
Não posso deixar de aproveitar a piada do rapaz envergonhado e da rapariga atrevida – numa dança de paixão impossível, até porque foi a isso que a Russa nos habituou vindo dela – atrevimento e atitude, e que neste palco intimo com um público atento e interessado foi o que entregou. Os silêncios das ‘beats’ de trap deram lugar a ‘storytellings’, alguns temas mais pesados deram lugar a alguns sorrisos de quem vive a vida de forma positiva e quer transmitir isso com a música que faz, sublinhando e explicando cada tema antes e depois. Para mim, pessoalmente, isso garantiu outra qualidade ao espectáculo, no qual infelizmente a voz da artista estava demasiado baixa para o volume dos instrumentais, o que tornava difícil o escrutínio das líricas mas que foi compensado pela empatia e diálogos que a mesma teve com o público presente.
De uma forma geral fica a garantia de um enorme potencial e da demonstração de imenso trabalho já carimbado. A Russa tem garras para mais e está a dar os passos certos para conquistar tudo aquilo a que se propõe. Saímos de lá com a sensação de termos tido uma conversa pessoal com alguém, que nos mostrou aquilo que a faz mexer e dançar e cuspir e cantar e claro, tudo isto decorado a guitarras envergonhadas de um tal de Luar (Alberto Hernández) que como a rapper fez questão de dizer imensas vezes, tem-se tornado indispensável à mesma.
25 de Outubro 2019